Maria Clara ;*
Piauí é o 2º estado com maior percentual de trabalho infantil
O Piauí apresenta uma contradição quando o assunto é trabalho infantil. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios(Pnad), divulgada pelo IBGE em 2010, coloca o Estado como vice-líder nacional no ranking de crianças e adolescentes trabalhando, com 15,05% das pessoas entre cinco e 17 anos nesta situação. Porém, quando é analisado o número de acidentes de trabalho envolvendoesse público, os piauienses aparecem nas últimas posições.
Levantamento feito pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, verificou que 5.353 pessoasmenores de 18 anos foram vítimas de acidentes de trabalho em todo o país, entre 2006 e agosto último, com 58 vítimas fatais. No Piauí,foram somente seis casos registrados, sem mortes. O líder nacional neste quesito é São Paulo com 3,6 mil casos. No Nordeste,Alagoas (101) e Ceará (100) são os campeões.
Todos os casos de acidente de trabalho envolvendo crianças e adolescentes são classificados como graves, em razão da proibiçãolegal de trabalho insalubre ou perigoso para menores de 18 anos. Já entre adultos, é considerado grave o acidente de trabalho queprovoca mutilações. Os setores de atividade com maior número de ocorrências são a indústria de calçados, o setor de serviçosalimentícios e o comércio.
As duas pesquisas foram copiladas e divulgadas pelo Ministério Público do Trabalho do Ceará, onde 10% da população com idadeentre cinco e 17 anos já trabalha, ou seja, quinto entre os estados nesta condição, atrás apenas de Tocantins (15,75%), Piauí (15,05%),Rondônia (14,93%) e Santa Catarina (14,46%). O índice leva em conta a proporção de crianças e adolescente que trabalham frente àpopulação existente na faixa etária de cinco a 17 anos em cada estado.
Segundo o procurador do Trabalho Antonio de Oliveira Lima, os números, tanto no Ceará quanto no Piauí, são "indicadores de umarealidade que é muito mais grave" já que, de acordo com o procurador, vários casos de acidentes não são formalmente notificados. “Atémesmo os acidentes que atingem trabalhadores adultos são subnotificados. Imagine quando a vítima é uma criança ou umadolescente, que expõe um agravante à situação”, diz o Oliveira.
Já para Luis Lima, do Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Infantil do Piauí, as crianças são mais sujeitas a intoxicações e usamequipamentos ergonomicamente inadequados à altura e estrutura corporal. “Por estas e outras razões, como o favorecimento à evasãoescolar e ao baixo rendimento nos estudos, temos, cotidianamente, tentado alertar a sociedade para os malefícios do trabalho precoceà saúde e à educação da criança e do adolescente”, afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá Fico feliz que tenha acessado, espero que tenha gostado do conteúdo!!!!!!